8 de fevereiro de 2010

...

Desço as escadas, caminho até à rua mas tu estás no meu caminho. Falamos alegremente, daquilo que ainda agora fizeste, mostramos sorrisos um ao outro, soltamos gargalhadas... Exteriormente, é o que se vê.
Interiormente, o meu coração disparou assim que te vi, ao descer, os olhos brilham intensamente, o sorriso solta-se espontaneamente antes que digas algo, apenas por te ver. As faces tocam-se velozmente, o meu olfacto apodera-se do teu cheiro, que ainda agora sinto. Talvez não seja apenas o teu cheiro que ainda está em mim. Cada expressão tua, uma mais bonita que a outra, a tua voz, o teu toque, o teu olhar... não me larga, como se de uma parte do meu corpo se tratasse.
Queria lembrar-me também do teu abraço, dos teus lábios. Mas não permites, eu própria não tento, embora seja desejo meu.
Vamos deixar tudo acontecer...
Vamos deixar o tempo correr...
Vamos...

Ninguém !

Encontro-me no meio da multidão, com um barulho enorme, um caos ainda maior. Fala-se dos mais variados temas, desde a beleza ao desporto, desde o estilo à matemática, de tudo, em grupos já definidos. Tento abstrair-me olhando para a rua e colocando algo nos ouvidos que me impeça de ouvir as barbaridades, ou quem sabe, verdades. Consigo por momentos. Lembro-me daqueles amigos que tenho, daqueles que tive, daqueles que aparentemente tenho, daqueles que já partiram, daqueles que a vida, pelas circuntâncias, não me deixa ter, e lembro-me da felicidade aparente que me rodeio e pela qual me deixo dominar, se que me consiga soltar. Quero apenas entrar numa multidão que me entenda, que entenda os meus medos, que seja honesta e justa comigo, que seja até, critica. Quero dizer o que sinto, quero expressar a minha opinião, que ser respeitada. Mas tudo isto é um sonho.

Não entro nesta multidão respeitadora.

Continuo onde estou...



Sou NINGUÉM!